De uns anos para cá, bullying é uma palavra que passou a fazer parte do nosso vocabulário. Ela dá nome à prática de amedrontar, agredir, oprimir e humilhar outra pessoa, sobretudo no ambiente escolar. Apesar de sempre ter ocorrido em alguma medida, o interesse em como combater o bullying tem crescido cada vez mais.
Afinal, hoje nós sabemos dos impactos do bullying para a saúde mental infantil. Quando acontece dentro do ambiente da escola, a instituição de ensino é responsável sobre ações para prevenir e eliminar esse tipo de atitude entre os alunos.
No entanto, os pais também podem — e devem — estar atentos aos sinais de que as crianças estão passando por situações de agressão psicológica ou física. Assim, conseguem agir rapidamente para que o problema seja resolvido. Leia mais sobre o assunto!
O que é bullying?
A palavra bullying vem do inglês “to bully”, verbo que significa “intimidar”. Desde a década de 1990, o termo é empregado para descrever as ações de agressão sistemática que ocorrem contra uma pessoa, sobretudo no ambiente escolar. São exemplos:
- agressões físicas;
- agressões verbais, como xingamentos;
- humilhação pública, por meio de apelidos ofensivos;
- ameaças;
- destruição de objetos pessoais;
- invenção de boatos;
- isolamento social;
- discriminação.
Existe também o chamado cyberbullying, quando essas práticas de intimidação e perseguição acontecem no meio virtual — fenômeno bastante impulsionado pela popularização das tecnologias digitais.
Por que o bullying acontece?
Em geral, as vítimas de bullying são aquelas consideradas diferentes do resto da turma, ou seja, que não se encaixam em padrões — principalmente de popularidade. Então, são classicamente mais sujeitas a ataques as crianças e adolescentes mais tímidos — mas essa não é uma regra.
Já os que praticam bullying geralmente são identificados como os “valentões” da turma, em uma espécie de filosofia do “mais forte contra os mais frágeis”. No entanto, as coisas não são tão simples: mesmo os que praticam bullying são vítimas, já que o comportamento agressivo pode indicar problemas socioemocionais subjacentes.
É comum que os praticantes de bullying sejam:
Pessoas que já sofreram algum tipo de violência ou intimidação, com tendência a reproduzir os comportamentos dos quais foram vítima;
Crianças que cresceram em lares desestruturados, onde há falta de afeto e posturas hostis no dia a dia;
Pessoas com baixa autoestima ou sensação de fracasso, por exemplo, por terem baixo desempenho acadêmico, utilizando assim atitudes ofensivas para extravasar seus sentimentos;
Alunos que se sentem discriminados pelos colegas por terem características físicas, socioculturais ou financeiras diferentes e, assim, assumem um comportamento agressivo como forma de defesa.
Qual é a importância de combatê-lo?
Saber como combater o bullying é extremamente importante, pois esse é um problema com consequências para todos. Para começar, as agressões podem gerar lesões e outros danos físicos. Porém, mais grave que isso são os efeitos psicológicos e emocionais, que atingem tanto a vítima como o agressor.
Há ainda a questão da produtividade acadêmica: crianças em situação de bullying tendem a ter queda no desempenho escolar, aumento no número de faltas e uma convivência problemática em sala de aula. Assim, têm o desenvolvimento socioemocional e cognitivo prejudicados.
O bullying pode ter repercussões até mesmo na vida adulta, já que os impactos são duradouros e amplos, sobretudo quando não há o devido acolhimento por parte das famílias e das instituições de ensino.
Como identificar que uma criança sofre bullying?
Normalmente, as vítimas de bullying se tornam acuadas e mais fechadas do que o normal. Não raro, as crianças não contam nem para os pais nem para os professores que estão sofrendo agressões, seja porque foram ameaçadas a esse respeito, seja porque não querem parecer covardes.
Por isso, é preciso ter atenção em sinais comportamentais, tais como:
- tristeza ou irritabilidade;
- dificuldades de aprendizagem;
- faltas frequentes por medo de ir à escola;
- isolamento;
- perda de apetite;
- insônia.
Como combater o bullying: 3 ações práticas
O combate ao bullying é uma tarefa complexa que exige muito da parceria entre escola e família. Afinal, os pais convivem de perto com as crianças e são os que mais conhecem os filhos para perceber rapidamente quando algo não vai bem.
Veja abaixo 3 dicas para prevenir e lidar com esse problema!
1. Fazer do diálogo uma rotina
O primeiro passo para evitar esse e quaisquer outros problemas no desenvolvimento socioemocional do seu filho é ter uma relação próxima. É importante conversar diariamente sobre a vida escolar, momentos que servem desde compartilhar dicas de estudo até perguntar sobre o relacionamento com colegas e educadores.
Além disso, é possível abordar o assunto do bullying indiretamente, mostrando ao pequeno que há um espaço seguro para dividir suas aflições. É importante que queixas de crianças — por mais banais que pareçam aos adultos — jamais sejam minimizadas ou desacreditadas, pois isso desestimula a confiança para o diálogo.
2. Proporcionar um ambiente familiar saudável
Outra medida importante para a prevenção do bullying — tanto para que os pequenos consigam lidar melhor com a situação ao serem vítimas, como para evitar que cometam agressões com seus colegas — é proporcionar um ambiente familiar saudável.
Tempo de qualidade compartilhado, laços afetivos fortes e comunicação respeitosa são alguns dos aspectos essenciais. Além disso, é importante ensinar sobre ética para crianças, estabelecer limites e estimular uma consciência empática.
Por exemplo, é normal que as crianças tenham alguns comportamentos egoístas nos primeiros anos de vida, como não dividir brinquedos ou tomar objetos das mãos de colegas. Cabe aos pais ensinar que isso não é bom, fazendo questionamentos que ajudem as crianças a perceberem como se sentiriam se estivessem no lugar das outras pessoas.
3. Ter uma relação próxima com a escola
Como dito, a prevenção e entender como combater o bullying exigem o diálogo entre escola e família. Ao notar que seu filho pode estar sofrendo agressões, é fundamental que os pais comuniquem a escola para que, juntos, possam lidar com o problema rapidamente.
Afinal, a instituição de ensino tem uma responsabilidade grande a esse respeito, a começar pela preparação das equipes pedagógicas para lidar com o problema, conduzindo ações de prevenção e conscientização a respeito dos impactos do bullying.
Por essa razão, é importante priorizar instituições de ensino de qualidade. Com um bom preparo pedagógico, medidas de assistência psicológica e social e outras boas práticas que favoreçam o relacionamento saudável entre os alunos, há menos chances de que haja situações de agressão no ambiente escolar.
Diante desta leitura, você já tem algumas dicas de como combater o bullying. Como você viu, esse é um problema complexo e que deve ser trabalhado tanto pelos pais como pela escola para evitar impactos negativos no presente e no futuro de crianças e adolescentes.
Aproveite a relevância do assunto e descubra as consequências emocionais para as vítimas e como a escola pode combater o bullying!