Bullying na escola – As consequências emocionais para as vítimas e como a escola pode combater o bullying

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O bullying na escola vem sendo, mais uma vez, notícias nos jornais.

Uma das grandes preocupações dos pais é a segurança dos filhos na escola. Essa segurança engloba, também, a emocional. O bullying traz diversas consequências negativas para a criança, podendo culminar, até mesmo, em depressão – e, nos casos mais graves, em tentativas de suicídio.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), o Brasil é o quarto país com maior prática de bullying no mundo. Dos alunos entrevistados em 2017, 41% afirmaram já ter sofrido bullying na escola. Esse número choca e chama a atenção das famílias e escolas que, mais do que nunca, precisam estar alinhadas e atentas aos sinais que os alunos emitem.

Isolamento social, falta de motivação, queda no rendimento escolar e traumas psicológicos são alguns exemplos de como o bullying pode afetar o estudante que é vítima dessa ação.

O que é bullying?

O bullying é caracterizado por violências intencionais e repetitivas que acontecem de maneira física, verbal e/ou psicológica contra uma criança ou adolescente.

É mais comum de ocorrer dentro de escolas, mas também pode acontecer em outros contextos, como em trabalhos, universidades e núcleo familiar. Um dos motivos que pode levar uma criança a se tornar um bully (um agressor), é viver em uma casa onde há clima de desrespeito e violência. 

O bullying na escola nem sempre vem acompanhado de violência física. Às vezes, é através de um apelido, que para os outros é tido como inofensivo, mas que para a vítima causa danos irreparáveis. 

São diversos os tipos de bullying:

  • Físico — Violência física de todo tipo;
  • Psicológico — Intimidações, chantagens, calúnias e perseguições relacionadas à religião, orientação sexual, aparência física etc;
  • Verbal — Apelidos maldosos, xingamentos e humilhações;
  • Virtual — O cyberbullying ocorre como ataques verbais e psicológicos através da internet;
  • Social — Quando a pessoa é constantemente excluída das atividades e do convívio social.

Não é fácil descobrir que um filho está sendo vítima de bullying na escola e sem ter noção desse tipo de problema, fica mais complicado tomar as devidas providências. Para auxiliar os pais a entender como identificar os sinais e ajudar as crianças e adolescentes que estão sofrendo essa violência, separamos 4 dicas muito importantes.

Boa leitura!

Para saber mais, leia nosso artigo Bullying é crime? Entenda como a lei enxerga essa prática

Identificando os sinais – como saber que meu filho sofre bullying na escola?

Medo de ir à escola

Seu filho costumava gostar de ir à escola antes, mas agora apresenta resistência? Fique alerta! Os alunos vítimas de bullying, na maioria das vezes, possuem medo ou vergonha de ir à escola. 

Por que os pais devem acompanhar a vida escolar dos filhos?

Além das consequências físicas e emocionais, o bullying também afeta o desempenho escolar do estudante. Com isso, seu filho pode ter uma queda brusca nas notas ou até mesmo uma reprovação nas matérias escolares.

Mudança repentina de comportamento

Uma criança que costumava ser carinhosa e falante, mas se tornou retraída e calada “do nada”? Esse é um dos principais sinais de que seu filho pode estar sofrendo bullying na escola.

É importante também ficar atento se a criança apresentar sintomas, como a perda de apetite, depressão,  insônia e pensamentos suicidas. 

Surtos de agressividade

A criança alvo de bullying na escola pode se tornar muito agressiva, sempre na defensiva. Essa é uma forma de defesa e pode ocorrer tanto com os colegas, quanto com a família e professores. 

Isolamento social 

É comum que os mais jovens, principalmente adolescentes, se isolem mais da família. Porém, os alunos que sofrem bullying tendem a se isolar completamente dos colegas, já que são rotulados e não se sentem pertencentes ao local. 

Como combater o bullying na escola

Muitas escolas preferem “esconder” esse problema para não precisar lidar com ele. Mas, o primeiro passo é entender que o bullying é uma realidade. Essa violência pode começar através de piadas tidas como “bobas”, até passar para o isolamento social da vítima.

É importante que os pais e professores lembrem como a infância e a adolescência são épocas delicadas da vida e onde nos sentimos vulneráveis sobre quem somos, nossa aparência e como tudo parece o “fim do mundo” para problemas maiores. 

A ação conjunta entre escola e família é essencial para que o bullying seja combatido no ambiente escolar. Os pais precisam conversar com os filhos e ser a rede de apoio e confiança deles, para que seja possível ter uma troca de conversas e confidências sobre o que está acontecendo em suas vidas. 

E se meu filho for um bullying?

Saber que um filho sofre bullying é muito doloroso, mas descobrir que ele pratica essa violência com alguém também não é fácil. 

Porém, é preciso entender que essa prática afeta a todos os envolvidos. A criança que pratica o bullying também pode estar buscando uma aceitação do grupo que pertence, através da demonstração de poder e que algo não está indo bem. Isso pode ocasionar também no distanciamento da família e dos amigos.

Falando em poder, esse é um dos principais pontos para quem pratica o bullying. Ele passa a ser visto com respeito pelos mais próximos, ainda que esse respeito seja reforçado pelo medo. 

Como identificar se meu filho FAZ bullying na escola?

Não existe um padrão de comportamento para identificar quem pratica bullying, porém alguns sinais podem ajudar os pais a identificar se isso está ocorrendo ou não.

  • Se a criança ou adolescente possui comportamentos arrogantes com os adultos, colegas e em diferentes ambientes;
  • Não demonstra empatia no dia-a-dia;
  • Produz discursos de ódio sobre as diversas situações do cotidiano;
  • Não costuma pedir desculpas ao estar errado em situações;
  • Não demonstra arrependimento;
  • Demonstra preocupação excessiva com a aparência

Leia sobre 9 recomendações de como lidar com filhos rebeldes na adolescência

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