Quer descobrir os benefícios e malefícios do uso de telas na infância? Continue lendo o texto!
Você já calculou a quantidade de tempo que seu filho ou filha fica no celular, tablet ou assistindo à TV? E se você somar a essa quantia o tempo que a criança passa em frente ao computador para realização de atividades escolares, quanto dá?
Antes de tudo, não se pode negar que os dispositivos tecnológicos são bastante úteis e trazem muita facilidade para o cotidiano de qualquer pessoa, mas, em excesso, podem gerar muitos prejuízos, especialmente para as crianças.
Nesse sentido, segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de telas na infância deve ser restrito. Ou seja, os menores de 2 anos de idade, por exemplo, não devem ter acesso algum. Entre 2 e 5 anos, permanência máxima de uma hora por dia. Entre 6 e 10 anos e tempo deve ser de até duas horas.
Finalmente, neste post explicamos mais sobre os motivos que embasam essas recomendações, destacamos os benefícios do uso de telas na infância e também quais são os prejuízos da exposição prolongada.
6 benefícios do uso de telas na infância
Ao mesmo tempo em que muito se fale sobre os danos sobre a utilização das telas na infância por meio de celulares ou tablets, tais dispositivos tecnológicos podem apresentar diversos benefícios para o desenvolvimento cognitivo para a criança:
Alguns aplicativos e jogos são desenvolvidos especificamente para as crianças e podem incentivar pontos positivos atrelados ao desenvolvimento cognitivo, à imaginação e ao uso da linguagem;
Os aparelhos interativos de mídia conseguem também apoiar o desenvolvimento de atividades cerebrais multitarefas, que é mais ativo e responde mais rápido às mudanças de diferentes estímulos;
Estimulam habilidades de controle de ferramentas tecnológicas, que com certeza serão cada vez mais fundamentais para a vida adulta principalmente no âmbito profissional;
Os dispositivos ainda podem trazer muita diversão para a família. Porém, não devem ser a única atividade de interação entre pais e filhos;
As telas possibilitam que as crianças fiquem em contato com amigos e familiares distantes, mantendo laços e um relacionamento saudável — como ocorreu na pandemia de Covid-19;
A utilização de dispositivos permite a realização de cursos, consultas médicas, aulas, entre outros tipo de reuniões, de maneira remota.
Além disso, vale lembrar que o tempo recomendado para o uso dessa tecnologia é variável de acordo com a faixa etária, e o conteúdo deve ser supervisionado pelos pais.
4 prejuízos do excesso de uso de telas na infância
Existem motivos para que as telas na infância sejam limitadas.
1 – Desenvolvimento cerebral
O contato em excesso de crianças muito pequenas com telas pode causar sérios problemas no desenvolvimento cerebral como:
Déficit de atenção;
Atrasos cognitivos;
Distúrbios de aprendizado;
Aumento de impulsividade;
Diminuição da habilidade de regulação própria das emoções.
Conhecida como distração passiva, os pequenos acabam perdendo tempo com o consumo de joguinhos e vídeos nas telas, algo prejudicial e claramente contrário a brincar de forma enérgica.
2 – Obesidade
As crianças que passam a maior parte do tempo sentadas sem praticar atividades físicas e ficam somente se distraindo com dispositivos tecnológicos tendem a ficar obesas devido ao baixo gasto calórico.
Além disso, tais crianças acabam não desenvolvendo habilidades motoras e perdem o interesse por atividades físicas.
Assim, no caso do convívio social escolar, esse aspecto pode influenciar diretamente a autoestima e segurança, principalmente nas aulas de educação física e brincadeiras recreativas.
3 – Transtornos do sono
De antemão, écomum que as crianças que mantêm contato com jogos e vídeos em aparelhos eletrônicos possam perder o interesse em dormir para continuar jogando ou assistindo.
Além disso, a luz dos aparelhos age no cérebro despertando-o e fazendo a criança perder o sono, afetando o crescimento, o humor e a aprendizagem.
4 – Outros problemas
Além dos danos acima, existem vários outros como:
Dependência digital;
Transtornos de alimentação e de imagem corporal;
Cyberbullying;
Aumento do risco de abusos sexuais e pedofilia;
Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador;
Problemas auditivos e de postura;
Entre outros.
Como limitar o uso de telas na infância
É necessário que os responsáveis fiquem atentos com relação ao tempo de uso e os conteúdos acessados pelos filhos. Assim, é fundamental estabelecer limites e regras que vão reduzir os males causados por esse tipo de aparelho. Por exemplo, não utilizá-lo durante as refeições, ter uma quantidade máxima de uso, horário para estudos e para dormir etc.
Para trabalhar na orientação das famílias, os educadores e pediatras da Sociedade Brasileira de Pediatria-SBP desenvolveram um manual em 2019 que aborda a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação e o seu impacto na saúde e no comportamento das crianças e adolescentes. Conheça algumas dessas recomendações que aconselham limites para o uso de telas publicados no Manual de Orientação #Menos Telas #Mais Saúde:
Menores de 2 anos:
Evitar a exposição às telas, inclusive passivamente;
Entre 2 e 5 anos:
Máximo de 1 hora por dia, sempre com a supervisão dos responsáveis;
Entre 6 e 10 anos:
Máximo de 1 a 2 horas por dia, sempre com supervisão dos responsáveis;
Entre 11 e 18 anos:
Máximo de 2 a 3 horas por dia para telas e jogos de videogame, e nunca permitir “virar a noite” jogando ou em frente às telas.
Uso de telas em todas as idades: dicas de bom uso
Nada de telas durante as refeições e se desconectar 1 a 2 horas antes de dormir;
Estimular o uso das tecnologias em locais comuns da casa e não de forma isolada nos quartos;
Oferecer atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão dos responsáveis;
Nunca postar fotos de crianças e adolescentes em redes sociais públicas;
Criar regras saudáveis para o uso dos equipamentos e aplicativos digitais e aplicar senhas e filtros apropriados;
Evitar encontros com desconhecidos online ou offline;
Saber o que estão jogando e os conteúdos de risco.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda determinou orientações para os responsáveis monitorarem a utilização de dispositivos digitais. A OMS também não indica que crianças de idade inferior a 2 anos façam o uso de aparelhos eletrônicos e digitais.
Se nos tempos atuais o uso da tecnologia tem se tornado quase que obrigatório, também é verdadeiro que começamos a enxergar problemas que o uso em excesso traz para crianças e adolescentes.
Mesmo que não seja fácil afastar os pequenos da frente das telas, as organizações mundiais deixam cada vez mais evidente que essa tarefa é fundamental. Portanto, impor normas e regras é função dos adultos.
O uso de telas na infância, por longos períodos, consegue atrasar o desenvolvimento físico e mental da criança, inclusive originando vícios para toda a vida. Fique de olho!
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