Dia Internacional da Mulher – O papel da escola na equidade de gênero

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Afinal, qual é o papel da escola na equidade de gênero? Nesta quarta-feira, 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, data de extrema importância na luta pelos direitos civis das mulheres em todo o mundo.

A escola entra com a abordagem do tema de uma maneira mais lúdica, porém fundamental, para ajudar na construção social dos homens e mulheres do futuro.

A educação é a responsável por introduzir o tema da equidade de gênero e a responsável por mexer na estrutura que reproduz estereótipos que inviabilizam a garantia dos direitos humanos às meninas e mulheres

Igualdade e Equidade: qual a diferença?

Na igualdade, todos são regidos pelas mesmas regras e têm os mesmos direitos e deveres. Já a equidade reconhece que não somos todos iguais e que é necessário equilibrar essas diferenças para que tenhamos as mesmas oportunidades.

Se nosso objetivo é garantir que as pessoas desfrutem das mesmas chances, devemos considerar que irão partir do mesmo lugar e não podemos deixar de considerar as diferenças individuais.

Por que falar sobre o papel da escola na equidade de gênero?

Embora o termo possa causar certa confusão, a “equidade de gênero” não se trata sobre orientação sexual ou ideologia, mas sim, sobre a igualdade de direitos e espaços para meninas e meninos. 

  • Entre 2017 e 2020, 80% das mais de 179 mil crianças e adolescentes de até 19 anos que foram vítimas de violência sexual no Brasil eram meninas, de acordo com o Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançado pelo Unicef e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
  • Dentro das escolas, os números também assustam: meninas possuem maior chance de abandonarem os estudos e já totalizam 34 milhões delas fora da escola primária em todo o mundo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2016, muitas garotas são obrigadas a sair da escola para cuidar dos afazeres domésticos ou de outras pessoas.

A previsão é que, apenas em 2133, haverá a equiparação de gênero no mundo.

Todo esse tempo para alcançar a igualdade pode gerar consequências desastrosas para a sociedade. Diferenças salariais contribuem para a instabilidade da economia, assim como os altos índices de evasão e abandono das escolas.

Mas nós podemos mudar essa realidade através da conscientização.

Como a escola pode ajudar na equiparação de gênero

Sabemos que esse é um tema muito complicado para se falar de forma simples, principalmente diante da quantidade de conteúdos que os alunos possuem durante o ano escolar.

Porém, faz parte do papel da escola na equidade de gênero aprofundar o assunto.

Além disso, é preciso que o professor tenha tato para falar sobre o tema e que saiba conduzir o assunto com a delicadeza que ele exige. 

Embora pareça complicado, é importante entender que esse passo pode ser uma atitude preventiva que pode ajudar alguém no futuro em uma situação de violência doméstica.

Além disso, é preciso falar sobre a importância do respeito às meninas e mulheres em todas as idades para a construção de uma sociedade igualitária.

O assunto pode ser encaixado com conteúdos específicos, ou ainda, ser desmistificado através de ações simples do dia a dia na escola. 

A seguir, separamos ideias de como trabalhar a igualdade de gênero em sala de aula:

Rodas de conversa:

Esse é um tema forte para uma roda de conversa, principalmente pela interação gerada pelos participantes. É importante que os alunos se questionem, conversem e levem o debate para casa, para que a família também debata entre si. 

Pesquisa de mulheres que fizeram história

Joana D’Arc, Maria Quitéria, Maria da Penha, Marie Curie… Nos conteúdos que possuem história, desde a ciência até a literatura, passando pela antiguidade até os dias atuais.

Desde as famosas até as desconhecidas e, porque não, as das famílias dos alunos: quais mulheres marcaram a história? 

Adaptação à faixa etária

Quantos desenhos com personagens femininos potentes você lembra de assistir?

É importante que meninas cresçam acreditando que podem ser espiãs, fadas, competidoras e o que mais elas quiserem ser.

A imaginação para as crianças precisa ser livre e vai muito além do rosa (que nós também amamos!).

Meninos e meninas brincam juntos – com os mesmos brinquedos!

Crianças podem brincar de desmontar e montar as peças de brinquedo. Ser menina ou menino não interfere na habilidade e é no momento da socialização com os colegas que isso é aprendido.

Afinal, a coleguinha pode ser mais ágil que o colega, e tudo bem.

Eles também podem brincar de carrinho juntos, jogar bola… Nem toda garota quer ser princesa e nem todo garoto quer ser super herói! 

Como assim homem não chora?

Essa é uma das facetas mais cruéis do machismo e é ensinada aos homens desde a infância. 

Meninos também se sentem tristes e também precisam chorar – e isso não os torna “menos meninos”.

É importante que as crianças – meninos e meninas – possam demonstrar a fragilidade e o medo, afinal, estão começando a conhecer o mundo e a entender os próprios sentimentos.

Essas ações podem ser trabalhadas nas turmas, mas, principalmente, em casa. A criança, ao ser acolhida pelos pais no momento do choro e não repreendida, percebe que é normal chorar e aquilo não a torna mais fraca.

Esse, inclusive, é um dos papéis da escola na equidade de gênero: auxiliar na construção de um futuro homem mais empático à dor do outro e, consequentemente, que terá um olhar mais profundo em relação à luta das mulheres.

3 animações para crianças sobre equidade de gênero

Seja para descansar ou assistir em família: esses desenhos, além de muito especiais, também são ótimos para explicar às crianças o conceito de equidade de gênero. Afinal, também se aprende enquanto se brinca!

Se você gostou desse artigo, que tal dar uma liga em nosso texto sobre Como trabalhar emoções na educação infantil?

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