Como ajudar meu filho a socializar? Se você tem um filho tímido, com certeza já deve ter se feito essa pergunta.
Você já deve ter visto essa cena em alguma produção cinematográfica: a criança sentada isolada, enquanto os colegas brincam juntos no intervalo da escola. Esse pode ser o resultado de um processo traumatizante, como o bullying, mas também pode ser caso de timidez e dificuldade em socializar.
Os primeiros anos da Educação Infantil são importantes para que as crianças possam desenvolver habilidades e competências necessárias para a socialização. É através dela que os pequenos conseguem entender as suas características e ganhar amadurecimento, além de perceber as diferenças existentes entre eles e os coleguinhas.
Entenda melhor sobre A importância da Educação Infantil no desenvolvimento cognitivo da criança.
A importância da socialização na infância
Através da socialização, as crianças também aprendem a lidar com as emoções e sentimentos, erros, acertos e frustrações. É nessa fase, que os pequenos desenvolvem três campos de experiência: o eu, o outro e o nós.
É da natureza humana ser sociável, já que não nascemos para a solidão. Precisamos de um grupo de amigos, família ou de rede de contato para apoio – isso faz parte da sobrevivência da espécie humana.
Através desse contato, a criança vai compreendendo desafios da convivência em sociedade. Por exemplo: um coleguinha pegou um brinquedo sem pedir permissão. O que fazer nesse caso? Esse tipo de aprendizado só é ganho com a convivência e a socialização.
Além disso, a capacidade de falar e expressar os próprios sentimentos e ideias, a escuta e o desenvolvimento da empatia são exercitados através da socialização com os coleguinhas.
As habilidades emocionais também saem ganhando com a socialização na escola. Como o ambiente escolar possui regras, os pequenos aprendem a conviver com a frustração ao ouvir um “não”, por exemplo, já que todos precisam seguir horários e regras dos professores.
Por que meu filho tem dificuldades em fazer amizades?
Alguns fatores podem influenciar a criança para que ela tenha dificuldades em fazer amizades. Um dos motivos pode ser traumas vividos, como algum tipo de abuso, seja moral ou sexual. A partir do Ensino Fundamental, o bullying também pode ser um dos grandes responsáveis por essa dificuldade.
Para saber mais, leia nosso artigo sobre Bullying é crime? Entenda como a lei enxerga essa prática
É necessário que os pais prestem atenção aos sinais que as crianças dão. Observem se essa dificuldade de socialização está atrelada a outras características como nervosismo, tristeza e falta de contato visual.
É importante, também, levar a criança a um especialista para um acompanhamento mais aprofundado.
Se você notou sinais de que seu filho tem dificuldade em socializar com outras crianças, atenção: separamos quatro dicas que podem te ajudar. Vamos lá!
Como ajudar ajudar meu filho a socializar?
Faça atividades ao ar livre
Ao observar que seu filho precisa de um incentivo para socializar com outras crianças, auxilie na integração com base na rotina do pequeno.
É comum que, nesses casos, alguns pais sobrecarreguem os filhos e ocupem 100% de seus tempos com atividades extracurriculares. Mas, calma! Embora essas atividades tenham sua importância, precisam estar equilibradas com momentos de lazer.
É importante que as crianças convivam com crianças da mesma idade fora da escola. Uma boa ideia é ir ao parque, casa amigos, cinema, playground do prédio, clubes. Esse tipo de convívio gera intimidade, empatia e, então, amizade.
Entenda a importância de amizades na infância e como ajudar seu filho para saber mais sobre esse assunto.
Participe dos eventos
Mais do que querer que seu filho socialize – ajude ele a socializar e dê exemplo! Ao sair para eventos com seus amigos, leve seu filho. Shopping, clubes e outros ambientes que são saudáveis para crianças são ótimas formas de acostumar o pequeno a socializar com outras pessoas.
Sem superproteção!
Embora seja uma ação natural dos pais, é importante ficar atento para não superproteger os filhos e acabar prejudicando o seu desenvolvimento e amadurecimento.
Os pais não podem interferir nos relacionamentos das crianças, pois isso não contribui para a melhora da autoestima, mas, sim, para o crescimento da insegurança do filho diante dos outros.
Ou seja, os pais precisam estimular as interações sociais, mas não obrigar a criança a isso. É comum que muitos pais pensem “Como ajudar meu filho a socializar sendo tão tímido?” enquanto forçam a criança a qualquer tipo de interação, pensando que aquela é a melhor saída.
Ao proporcionar momentos de socialização, reunindo família e amigos em praias, clubes e shopping, por exemplo, os pais vão criando um convívio e intimidade entre a criança e as pessoas envolvidas. A partir dali, relações serão desenvolvidas e amizades serão estabelecidas.
Ofereça suporte emocional ao seu filho
Um ponto muito importante para os papais e mamães: sempre ofereça suporte emocional aos pequenos. Sabemos que interagir com pessoas ao mesmo tempo pode ser algo complicado até mesmo para adultos, imagine para uma criança que tem um certo nível de bloqueio com interações, não é mesmo?!
Esse tipo de situação pode trazer algum tipo de frustração para a criança e ele precisa estar preparado para passar por isso sem que cause grandes abalos emocionais. Dessa forma, conseguirá desenvolver suas habilidades socioemocionais.
Analise o comportamento do seu filho, converse e entenda como está a convivência com os amigos e com o grupo de convivência. Incentive o diálogo sobre sentimentos e o compartilhamento de experiências, inclusive as negativas, que ele possa estar vivenciando.
Afinal, crianças podem brigar, mas sabemos que são por pequenos motivos e que podem ser rapidamente solucionados. É importante que o pequeno entenda que tem no pai e na mãe uma rede de apoio forte e estável que pode confiar sempre que precisar.
Socialização na escola também é aprendizado
A escola possui um importante papel na formação da individualidade de cada criança e na socialização dos pequenos. O ambiente escolar é um cenário de interações de trocas de ideias, valores e interesses diversificados.
Durante o recreio, por exemplo, as crianças desenvolvem as habilidades sociais e emocionais, o senso de coletividade e a empatia. Ao observar a socialização dos alunos, os professores também podem ter noção de como está o clima escolar.
Através dessas práticas, é possível observar como se dá a socialização dos alunos e auxiliar na contenção dos distúrbios.
Para que se obtenha mais sucesso, é preciso que a escola e a família andem lado a lado. Afinal, cada criança possui um perfil e lidará de forma diferente com as situações expostas.
Se você quer saber sobre desenvolvimento socioemocional da criança, leia nosso artigo Atividades socioemocionais: o que é, quais são e qual o papel da escola?