Provavelmente você já ouviu falar nas diferentes fases de desenvolvimento infantil. A temática, além de ser muito interessante, ajuda pais e professores a entenderem melhor cada etapa do processo de desenvolvimento da criança, seus aspectos e desafios.
Neste post, além de entender o que é o desenvolvimento infantil e como ele é definido pelos especialistas, você vai conhecer cada fase e suas características, além de aprender como ajudar no desenvolvimento do seu filho.
Ainda, vamos mostrar qual é o papel da escola no processo de avanço intelectual, motor e cognitivo da criança, mostrando como identificar eventuais problemas e trazendo dicas práticas que ajudarão você a entender porque é importante respeitar o tempo da criança.
Quer saber mais sobre o assunto! Continue a leitura e descubra!
O que é o desenvolvimento infantil?
Como o próprio nome sugere, o desenvolvimento infantil é uma etapa do processo de aprendizado e evolução pela qual todas as crianças passam. Durante este processo a criança adquire e aprimora suas capacidades motoras, cognitivas e sociais.
Nos primeiros anos de vida, por exemplo, o desenvolvimento inclui a arquitetura do cérebro que é moldado a partir da herança genética dos pais e das influências do meio em que a criança está inserida.
Para garantir um desenvolvimento saudável é fundamental que os pais conheçam as particularidades da criança e ofereçam condições sociais e ambientais que favoreçam o melhor desenvolvimento possível.
Quais são as fases do desenvolvimento infantil?
No Manual MSD, Evan G. Graber, do Sydney Kimmel Medical College, define alguns limites conceituais importantes sobre as etapas de desenvolvimento infantil.
O desenvolvimento é frequentemente dividido em domínios específicos, como motor grosseiro, motor fino, linguagem, cognitivo e crescimento social/emocional. Essas designações são úteis, mas existem superposições substanciais. Os estudos estabeleceram as médias de idades alcançadas por marcos específicos, bem como as faixas de normalidade. Em uma criança normal, os progressos são variáveis dentro de diferentes domínios, como no caso da criança que começa a andar tarde, mas fala sentenças cedo.
Vale destacar que as influências ambientais que vão desde alimentação, até questões psicológicas, podem afetar o grau de progresso e desenvolvimento. A seguir, separamos as fases em categorias — motor, linguagem, cognitivo, emocional e comportamental —, explicando um pouco mais sobre cada uma delas. Acompanhe!
Desenvolvimento motor
Quando se fala em desenvolvimento motor, você deve levar em consideração habilidades que vão desde pegar objetos, até andar de bicicleta e correr. Existe uma divisão dentro dessa categoria:
- motor fino: desenhar e pegar objetos pequenos, por exemplo;
- capacidades motoras amplas: inclui caminhar, correr e subir escadas.
O desenvolvimento motor depende de muitas variáveis e isso precisa ser levado em consideração. Fatores ambientais, hábitos e existência de disfunções específicas podem afetar tanto o motor fino quanto as capacidades motoras amplas.
Via de regra, a criança começa a andar por volta dos 12 meses, se mantêm firmemente aos 18 meses e aos 2 anos já consegue correr tranquilamente.
Caso os pais tenham dúvidas acerca do desenvolvimento motor da criança, é importante buscar ajuda de um pediatra a fim de avaliar o caso de forma individualizada.
Desenvolvimento da linguagem
A criança consegue compreender a linguagem antes de desenvolver a habilidade de falar. De forma geral, uma criança com vocabulário restrito já consegue compreender muitas palavras ditas pelos pais.
- 12 meses: a criança já pode dizer palavras como “papa” e “mama”;
- 18 meses: consegue usar várias palavras, ouve e compreende histórias que são contadas;
- 2 anos: forma frases de duas ou três palavras;
- 3 anos: pode manter uma conversa;
- 4 anos: consegue contar histórias e envolver-se mais ativamente em conversas;
- 5 anos: amplo vocabulário, capacidade de recitar o alfabeto e de reconhecer palavras simples escritas;
- 6 a 7 anos: a criança já começa a ler.
Mais uma vez vale salientar que essas fases são médias e podem variar de uma criança para outra, sem que isso represente necessariamente um problema no desenvolvimento. No caso da leitura, por exemplo, dependendo das habilidades naturais da criança e da exposição aos livros, ela pode começar a ler mais cedo, ou, um pouco mais tarde.
Evan G. Graber, do Sydney Kimmel Medical College, no MSD salienta uma questão importante sobre o assunto:
A maioria das crianças que apresentam atraso de linguagem tem inteligência normal. Por outro lado, crianças com desenvolvimento acelerado da linguagem estão frequentemente acima da média de inteligência.
Desenvolvimento cognitivo
O desenvolvimento cognitivo está associado ao amadurecimento intelectual. Alguns fatores importantes e que afetam diretamente esse processo é o afeto e a educação. Em geral, quando a criança recebe os cuidados e estímulos educacionais adequados, o seu desenvolvimento cognitivo é mais eficiente.
Por exemplo, a leitura para a criança, desde cedo, contribui com experiências intelectualmente estimulantes e propicia um relacionamento educativo caloroso, o que trará importante impacto sobre o crescimento nesses domínios.
Podemos citar três grandes períodos para o desenvolvimento cognitivo da criança:
- aos 2 anos: imaginação fértil e dificuldade de distinguir o que é realidade e o que é fantasia. Compreensão do tempo restrita ao “ontem” e ao “amanhã”;
- aos 4 anos: passam a entender melhor a noção de tempo, de divisão do dia e das mudanças das estações;
- aos 7 anos: ampla capacidade cognitiva, entendem que existem diferentes perspectivas, que devem esperar sua vez em jogos e conversas, conseguem raciocinar usando a observação, entre outros.
Desenvolvimento emocional e comportamental
As pessoas têm diferentes temperamentos e humor e isso se estende às crianças. Algumas podem ser mais adaptáveis e outras nem tanto. A emoção e o comportamento estão associados à questões individuais (temperamento), mas também tem relação com a fase de desenvolvimento da criança.
- recém-nascidos: a principal forma de comunicação é o choro. Ele serve para mostrar que a criança tem fome, está incomodada, enfim, é a forma de comunicação que ela conhece e usa;
- 8 meses: por volta dessa idade, o comportamento da criança costuma estar relacionado a ansiedade em relação a ser separado dos pais. É comum a criança ter acessos de raiva em situações de separação;
- 2 a 3 anos: a criança começa a testar os limites dos pais, fazer coisas que foram proibidas, às vezes simplesmente para ver o que vai acontecer. Neste período das crianças também brincam de forma mais interativa com outras crianças.
Algumas crianças têm particular dificuldade em controlar seus impulsos e precisam que os pais estabeleçam limites mais estritos em torno dos quais pode haver alguma segurança e regularidade em seus mundos.
- 3 a 5 anos: fase em que costumam aparecer os medos típicos da infância e começa as brincadeiras que envolvem o seu imaginário;
- 7 aos 12 anos: período importante na qual a criança supera desafios envolvendo relacionamentos com colegas, autoconceito, socialização, adaptação e relacionamentos familiares. São muitos ativas, se envolvem em novas atividades e costumam responder bem aos conselhos dos pais e irmãos sobre segurança e comportamento.
Embora muitas crianças pareçam dar muita importância a grupos de colegas, elas continuam buscando principalmente nos pais o suporte e orientação de que necessitam. Irmãos podem servir como modelos de vida e como suportes valiosos e críticos em relação ao que pode ou não ser feito.
Como ajudar no desenvolvimento do seu filho?
Muitos pais têm dúvidas e questionamentos acerca do desenvolvimento dos seus filhos. Essa é uma preocupação comum e compreensível, tendo em vista o desejo de buscar sempre o melhor para a criança.
Em linhas gerais, podemos dizer que uma criança deve ser inserida em um ambiente saudável, recebendo nutrição adequada, afeto, contato social com outras pessoas e tendo acesso a atividades físicas e intelectuais que contribuam para o seu desenvolvimento.
Caso os pais tenham qualquer tipo de preocupação ou observem um comportamento que levante alguma dúvida a orientação é sempre buscar suporte multidisciplinar especializado que poderá ser de um médico, fisioterapeuta, psicólogo, psicopedagogo, entre outros.
Qual o papel da escola nesse processo?
A escola desempenha um papel fundamental em todas as fases de desenvolvimento da criança, tanto na etapa de desenvolvimento motor, quanto da linguagem, da cognição como também do comportamento. Entretanto, vale destacar que o trabalho da escola não substitui o dos pais.
No âmbito das relações sociais, por exemplo, a escola é o principal local de socialização e desenvolvimento de relações fora do núcleo familiar. Isso ajuda a criança a aprender a respeitar os limites do outro, entender que existem diferentes pontos de vista, aprender a lidar com conflitos entre colegas, entre outros.
A parte do desenvolvimento cognitivo de uma forma ampla também é muito importante e faz parte do papel da escola.
A escola é uma grande aliada dos pais, contribuindo para que a criança adquira novas formas de pensar, desenvolva sua sensibilidade, relações interpessoais e construa a base do seu conhecimento.
Como identificar problemas?
Conhecer as fases de desenvolvimento é o primeiro passo, entretanto, lembre-se que as fases não são uma fórmula matemática e que algumas crianças podem desenvolver certas habilidades um pouco antes ou depois do que o esperado.
O contato constante entre escola e pais é uma ferramenta que ajuda na identificação de eventuais problemas. Somado a isso, os pais, caso identifiquem algum ponto de atenção devem buscar o suporte especializado de um pediatra e demais profissionais, de acordo com a situação.
Qual a importância de respeitar o tempo da criança?
A parceria entre a escola e a família é fundamental para favorecer o desenvolvimento da criança. É por meio do diálogo que os professores e pais podem identificar se o processo de desenvolvimento está acontecendo ou se é necessário fazer algum tipo de intervenção.
De acordo com as fases que mencionamos e considerando o tempo da criança, os pais devem entender que não há necessidade de forçar o aprendizado ou acelerar processos, já que isso pode causar prejuízos no desenvolvimento.
No caso de alfabetização, por exemplo, existem janelas de aprendizado que variam de acordo com a criança e estímulo deve ser feito na medida certa. O excesso de cobrança pode causar mais prejuízos do que benefícios.
Como você pôde ver, existem diferentes fases e processos de evolução de uma criança, desde a primeira infância até a fase de pré-adolescência. Conhecer essas etapas e compreender os comportamentos ajuda os pais a saberem como lidar com os pequenos e favorece uma educação mais construtiva e saudável.
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Sou Avó mas acompanho de perto o Crescimento do Bryan, trabalho com crianças e Adolescentes e prático no dia dia esses cuidados, atenções e ajudas. Perfeito esse conjunto de possibilidades na caminhada de nossas crianças. O pai dele estudou nessa Unidade e meu sonho era colocá-lo.