A transformação digital vem afetando nossas vidas de forma acelerada. Com a pandemia, esse processo ganhou força e tem levantado questionamentos importantes nos grupos familiares. Uma das principais dúvidas está relacionada à permanência da criança no celular.
Será que existe um jeito saudável de consumir entretenimento por meio de telas dos dispositivos? É o que discutiremos neste post. Inclusive, vale destacar que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atualizou suas recomendações sobre o uso das tecnologias digitais entre o público infantil.
Continue a leitura para descobrir os principais cuidados e as formas de gerenciar essa questão.
Como o período de isolamento aumentou o uso do celular?
A quarentena forçou todo mundo a ficar mais tempo em casa, sem contato próximo com pessoas que não compartilham o local de moradia. Se enfrentar essa condição foi difícil para os adultos, imagina para quem está em fase de crescimento e tem energia de sobra?
O ambiente doméstico pode ser bastante monótono, principalmente depois que os pequenos já tiveram a oportunidade de frequentar a escola e fazer amizades com os colegas. Longe do espaço de ensino e de outros locais de convivência, resta recorrer ao universo digital para enfrentar o ócio.
Muitos pais presenteiam seus filhos com celular para criança. Tanto que, atualmente, mais de 70% delas conquistam aparelho próprio antes dos 10 anos. Embora facilitem o acesso a conteúdos, alguns de extrema qualidade, esses dispositivos podem trazer riscos à saúde se usados de forma excessiva.
Cabe aos responsáveis se informar sobre os possíveis benefícios e prejuízos causados pela exposição às telas. Dessa forma, fica mais fácil estabelecer regras e encontrar o equilíbrio. Também é crucial considerar as orientações dos especialistas quanto ao hábito de deixar a criança no celular.
Quais são os prós de a criança ter acesso ao celular?
Com espaço ilimitado para a produção e divulgação de conteúdos, a internet passou a ser um importante canal de troca. É possível usá-la para pesquisar informações, realizar cursos, adquirir produtos e serviços, compartilhar dicas, conhecer pessoas ou, simplesmente, relaxar.
Mesmo que boa parte dos sistemas, plataformas e sites sejam pensados para adultos, existem muitos recursos exclusivos para o público infantil. Ou seja, se explorar os canais certos, você consegue encontrar materiais adequados para que a criança no celular aprenda ou se divirta bastante.
Conteúdos educativos em vídeo, por exemplo, ensinam bons valores e fazem com que os pequenos reflitam sobre as diferentes maneiras de interagir com o mundo à sua volta. As canções e animações podem abordar questões como alfabeto, cores, espécies de animais e até operações simples de matemática.
Há, também, os jogos que aguçam a curiosidade e apresentam desafios que estimulam o raciocínio lógico. Outras opções são os aplicativos de idiomas. Tudo isso complementa a educação recebida na escola, o que pode favorecer o aprendizado de áreas diversas e o desenvolvimento de habilidades.
E quais são os contras?
O contato com as tecnologias digitais deve ocorrer com cautela. Afinal, deixar a criança no celular por tempo ilimitado pode comprometer sua saúde física e mental. Entre os mais novos, por exemplo, a preferência por telas tende a substituir interações cruciais para um desenvolvimento adequado.
Isso porque, ao assistir desenhos ou jogar, os pequenos acabam ignorando o que acontece no entorno. Nesse processo, deixam de movimentar o corpo, de brincar com os irmãos, de conversar com os familiares e de explorar estímulos sensoriais como o abraço, o contato visual e a descoberta de cheiros.
É comum, portanto, que a experiência de uso excessivo seja solitária. Nessa situação, a criança no celular pode acabar se fechando cada vez mais e perder a vontade de se relacionar com os outros. Trata-se de um comportamento prejudicial, que pode favorecer a ansiedade e a depressão.
A exposição prolongada às telas também afeta a condição física, visto que motiva os pequenos a permanecerem na mesma posição por muito tempo. O resultado? Má postura e sedentarismo, que contribuem para o ganho de peso e o surgimento de desconfortos por todo o corpo.
O brilho emitido pelos aparelhos prejudica a visão e está ligado a várias doenças oculares. Eles têm luz azul que bloqueia a produção de melatonina, interferindo na qualidade do sono. Como irritam os olhos, também podem, em curto ou longo prazo, causar dores de cabeça e sensação de cansaço.
Como gerenciar o uso de uma forma saudável?
É muito bom saber que existem pontos favoráveis ao uso dos dispositivos conectados à internet. Porém, como dosar o tempo e garantir que a experiência seja positiva para o público infantil? O segredo está em adequar as dicas dos especialistas à realidade de cada família, para chegar ao equilíbrio.
Confira exemplos de práticas que podem ajudar:
- evitar exposição a menores de 2 anos — nessa faixa etária, o uso de aparelhos, mesmo que de forma passiva, não é recomendado em nenhum momento;
- estabelecer um horário — avalie a rotina da criança e selecione 1 hora por dia para que ela se dedique a navegar pela tela do celular, tablet ou computador;
- adequar à faixa etária — até 1 hora de uso por dia para crianças de 2 a 5 anos, e até 2 horas para crianças de 6 a 10 anos;
- definir o ambiente — o quarto não é adequado para usar o dispositivo, principalmente antes de dormir. Prefira a sala ou outra área social;
- conversar sobre limites — deixe claro para a criança, os problemas e o potencial das telas, pois isso vai evitar que ela fique confusa e desapontada;
- propor outras atividades — é importante intercalar o uso do celular com outros programas, como passeios, esportes e brincadeiras ao ar livre;
- não permitir a conexão durante as refeições e antes de dormir;
- monitorar sempre — os pais ou responsáveis precisam estar de olho no que seus filhos fazem, para evitar contato com materiais inapropriados.
Viu com é possível manter a criança no celular sem grandes preocupações? Com diálogo e atenção aos passos cumpridos pelos pequenos, o contato com as redes e suas ferramentas pode ser bastante proveitoso. Agora, é só colocar as orientações em prática e desfrutar dos benefícios que a tecnologia traz.
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