A linguagem oral é uma forma de comunicação muito antiga e permanece relevante nas mais diversas interações humanas. Desde o nascimento, as crianças passam a entender o mundo a partir das mensagens transmitidas pelos adultos, que envolvem desde orientações básicas até a contação de histórias.
O hábito de narrar acontecimentos reais ou fantasiosos existe há milhares de anos. Ao longo do tempo, cada povo foi determinando uma maneira adequada de compartilhar lendas e relatos sobre todo tipo de assunto. Alguns costumes, como falar em volta de uma fogueira, seguem sendo praticados em várias regiões.
Se o ato de contar histórias foi amplamente usado para preservar a cultura e integrar grupos, hoje também serve como instrumento potente de educação. Continue a leitura para saber mais sobre os benefícios e os passos que podem melhorar essa experiência!
O que é contação de histórias?
A resposta é simples: falar sobre determinado tema na companhia de uma audiência, que pode ser composta por uma ou várias pessoas. Essa troca é o que torna o momento tão valioso, visto que demanda um interesse constante dos ouvintes para captar e compreender o recado do locutor.
Qualquer indivíduo pode contar uma história e se conectar com quem estiver disposto a escutar. Trata-se de um recurso eficaz para inspirar com ideias, ensinar valores, preservar memórias e passar conhecimentos por gerações. Durante o processo, os participantes acabam desenvolvendo diversas habilidades.
A contação de histórias pode incluir fatos que aconteceram recentemente ou lembranças que já fazem parte do imaginário coletivo. Também se apoia nas recordações do locutor ou em materiais de leitura, como livros, diários, gibis, revistas e até conteúdos dispostos em plataformas digitais.
Quais são os benefícios para as crianças?
As histórias são ótimas ferramentas para despertar a curiosidade dos pequenos, tanto que compõem parte das atividades da educação infantil. Para os professores ou familiares que se dedicam a ler ou retomar algumas memórias, o ato pode ser um aliado no exercício da autoconfiança.
A seguir, você confere as principais vantagens de transportar as crianças para o mundo dos contos.
Tempo de qualidade
O público infantil precisa de diferentes estímulos para desenvolver habilidades cognitivas e crescer de forma saudável. Assim como as atividades extraclasse complementam os aprendizados obtidos nas aulas, a troca de ideias por meio da contação de histórias pode aprimorar o entendimento de inúmeras questões.
Nesse tipo de interação, os pequenos precisam ficar próximos da família ou dos colegas, o que torna o instante agradável por conta do compartilhamento de cada segundo. É uma forma positiva de ocupar o tempo, tanto no ambiente de ensino quanto no espaço de moradia.
Habilidade de escuta
A capacidade de prestar atenção no outro é crucial para absorver a mensagem correta e evitar falhas na comunicação. Crianças que aprendem a ouvir desde cedo conseguem interagir melhor com os grupos de seu convívio, o que favorece a construção de ambientes saudáveis, onde todos têm suas opiniões respeitadas.
Contar histórias é uma excelente forma de atrair o interesse dos pequenos e fazer com que exercitem a habilidade de escuta. Aos poucos, eles conseguem perceber que o silêncio e o foco são extremamente necessários para apreciar cada detalhe apresentado pelo locutor.
Melhora da concentração
A partir do momento em que são surpreendidas com uma narrativa, as crianças tendem a querer mais informações para descobrir como tudo termina. Isso exige concentração máxima nas falas, de modo a transformá-las em pensamentos que reproduzam cenários, paisagens e situações variadas.
Como resultado, o ato de contar histórias acaba cativando os pequenos e deixando-os mais tranquilos. Isso é positivo para a saúde mental, visto que reduz a agitação e seus efeitos negativos, como o estresse e a ansiedade. De uma forma resumida, podemos dizer que esse exercício promove relaxamento e bem-estar.
Fortalecimento de vínculos
A contação de histórias demanda participação ativa dos envolvidos, o que envolve tanto o locutor quanto os integrantes da audiência. Dependendo da dinâmica, é possível estimular as crianças a emitir opiniões entre uma frase e outra, bem como a responder questionamentos relacionados ao assunto.
Nesses minutos em que todos trocam ideias e suposições, cria-se um vínculo positivo entre os leitores e ouvintes. Isso porque os pensamentos ficam alinhados e a atenção é dedicada ao mesmo alvo, que pode ser uma personagem ou acontecimento que marcou a narrativa.
Estímulo à criatividade
Para os pequenos, escutar uma história pode ser bastante prazeroso, principalmente quando existem detalhes que encantam o público infantil. Enquanto são expostos aos elementos do conto, começam a explorar sua capacidade de imaginar lugares, tipos de interações e características de objetos, pessoas e outros seres.
A tentativa de se colocar na realidade da personagem não só estimula a criatividade, como também pode ser útil para o desenvolvimento de habilidades importantes. Um bom exemplo é a empatia, que consiste em valorizar os sentimentos e as vivências do outro antes de fazer algum julgamento.
Como melhorar a contação de histórias?
O primeiro passo é falar em voz alta e fazer contato visual frequente com a audiência, para mostrar que está em busca da atenção de cada ouvinte. Expressões faciais também ajudam e são recursos muito usados por educadores infantis, para demonstrar emoções como alegria, medo e tristeza.
Ainda que seja um ato simples e fácil, contar histórias pode ficar ainda mais interessante com alguns recursos. Veja as nossas dicas para atingir esse objetivo.
Escolha os temas favoritos das crianças
Antes de propor uma atividade de leitura, convide os pequenos para que selecionem seus temas preferidos. Essa é uma boa forma de engajá-los e despertar a curiosidade desde o início da interação. Inclusive, pedir sugestões pode ajudar o aluno a se soltar durante a adaptação escolar, de modo que vá perdendo a vergonha.
O mesmo vale para pais que desejam contar histórias a seus filhos em casa, antes de dormir ou durante o lazer da família. É importante deixar claro que a opinião do pequeno importa e será considerada na escolha dos livros ou outros materiais. Isso fará com que tenha mais vontade de escutar e aprender.
Estimule a participação do início ao fim
Às vezes, a narrativa é tão extensa que pode fazer com que a contação de histórias fique monótona. Nessas situações, a chance de a criança sentir tédio e perder o foco aumenta. Uma ótima dica para evitar que o momento seja prejudicado pela falta de estímulos é incentivar a participação da audiência.
Ao apresentar determinada ocorrência, por exemplo, pergunte o que as crianças fariam se estivessem no lugar da personagem. Também vale pedir que emitam sons de animais, fenômenos e pessoas durante a conversa, para criar uma atmosfera parecida com a da lenda ou do fato exposto.
Utilize cenários ou objetos de apoio
Já percebeu como a criança no celular ou em frente à televisão está sempre em busca de variedade? Esses aparelhos oferecem muitos recursos e a possibilidade de trocar telas rapidamente, com o objetivo de acessar imagens, vídeos e demais conteúdos.
Então, que tal levar um pouco desse universo colorido e repleto de efeitos para o ambiente onde as histórias serão contadas? Você pode construir um cenário que demonstre os principais elementos da narrativa — a casa da personagem, o parque onde ela costuma brincar e encontrar os amigos, seu animal de estimação etc.
A proposta é aguçar a curiosidade dos pequenos antes mesmo de emitir as primeiras palavras. Posicione-se bem perto dos itens que compõem o cenário, pois, quando citar determinado objeto, você poderá tocá-lo ou movimentá-lo para alegrar a audiência.
Adapte as vozes às personagens
A contação de histórias fica muito mais legal com diversidade de sons. Afinal, cada pessoa tem um tom e timbre de voz, e uma forma de tornar o conto mais verídico é reproduzir essas diferenças existentes. Você não precisa muito esforço para alterar o barulho das cordas vocais.
Vale a pena, inclusive, mudar a expressão e a postura a cada troca de voz, de modo a simular alguns aspectos da personalidade de cada personagem. Ao intercalar graves e agudos, você consegue variar os estímulos e deixar a brincadeira muito mais proveitosa.
Invista em linguagem corporal
Gestos e poses também são aliados para chamar a atenção da audiência e fazer com que dedique total atenção a cada passo do locutor. A ideia é se inspirar nos atores de teatro, que abusam das movimentações faciais e corporais para transmitir suas mensagens com eficácia.
Por exemplo, ao dar uma gargalhada alta, experimente chacoalhar os ombros várias vezes, no mesmo ritmo da risada. Isso aumenta a intensidade da expressão, fazendo com que chegue perto da realidade. Outra alternativa é fazer contato físico com as crianças que estiverem distraídas.
Motivos não faltam para incluir a contação de histórias na rotina das famílias. Agora que sabe quais recursos podem aprimorar essa experiência, não deixe de testar em casa. Esse envolvimento de pais e responsáveis complementa as atividades das escolas e contribui para que a educação seja trabalhada nos mais diversos espaços.
Ainda não acompanha o nosso trabalho pelas redes sociais? Siga agora os perfis no Instagram, no Facebook e no YouTube!