Criança agitada: como identificar o que está por trás e como lidar?

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Saber como lidar com crianças agitadas nem sempre é fácil.

Gerenciar as emoções infantis é um processo que demanda paciência e conhecimento por parte dos responsáveis. Perder a paciência com uma criança agitada pode ser mais fácil do que você imagina.

Por isso, os adultos devem estar preparados para saber como lidar com crianças agitadas, suas emoções, expressões, reações e comportamentos dela. Muito embora a individualidade torne cada criança única, é possível prever e aprender a lidar com diversos comportamentos.

Neste artigo, vamos te ajudar a entender melhor a como lidar com crianças agitadas. Você vai descobrir de que modo os comportamentos das crianças expressam emoções, o que pode deixá-las agitadas e quais passos podem ser adotados para identificar a causa dessa agitação.

Também vamos mostrar como entender os traços de personalidade e de que forma os responsáveis podem lidar com o comportamento dos pequenos de uma maneira saudável e proveitosa para todos. Confira!

Como os comportamentos infantis expressam suas emoções? 

Provavelmente você já se deparou com a seguinte cena: supermercado lotado, uma mãe ou pai com o aspecto cansado e uma criança ao lado, atirada no chão fazendo birra porque quer um chocolate. Essa situação é mais comum do que se imagina, e a primeira coisa que vem na mente de quem observa a cena, do lado de fora, é de que a criança não tem limites.

Mas será que a resposta para esse tipo de situação é realmente tão simples? Infelizmente não, os comportamentos infantis podem ter vários significados, e é essencial que os responsáveis conheçam e compreendam as causas que levam a situações como a do supermercado.

A criança está em fase de desenvolvimento e por isso tem mais dificuldade de compreender e lidar com os seus sentimentos. Não há um padrão de comportamentos, já que as pessoas têm personalidades e estão inseridas em contextos diferentes.

Isso significa que cada criança expressa as emoções à sua maneira. Por exemplo, enquanto algumas ficam irritadas quando estão com fome, outras podem ficar mais quietas e introspectivas.

É papel dos responsáveis entender o comportamento das crianças, conhecer a causa para esse comportamento e as emoções que estão relacionadas a ele. Uma criança agitada pode ser sinônimo de uma noite de sono maldormida, problemas de relacionamento ou simplesmente uma das características de criança. E cabe ao adulto saber como lidar com crianças agitadas.

O que pode deixar uma criança agitada?

Na maioria das vezes, esse aspecto faz parte do perfil da pessoa. É um traço de personalidade que faz com que ela tenha energia e disposição. Porém, é importante destacar que, em alguns casos, isso pode ser sintoma de algum transtorno, causando inclusive, dificuldade na aprendizagem.

A criança agitada costuma ser a mais brincalhona, falante e divertida da turma. O problema surge quando o comportamento se torna excessivo e fica incompatível com o ambiente onde está inserida.

Quando há muitos estímulos e barulho em excesso, essa criança pode ficar ainda mais agitada, gerando um impacto negativo nela e nas pessoas do seu entorno. O comportamento é considerado “normal” quando a criança agitada:

  • quer descobrir algo ou explorar um ambiente novo;
  • tem algo que lhe interessa e por isso ela presta mais atenção;
  • tem um perfil de criança alegre e com vitalidade;
  • é travessa sem ser agressiva com os demais;
  • mantém bons relacionamentos sociais;
  • desobedece, mas consegue entender os limites do seu comportamento.

O comportamento da criança agitada deve ser observado mais de perto, podendo indicar a necessidade de avaliação profissional, quando a criança:

  • apresenta muita dificuldade em prestar atenção;
  • se distrai com facilidade, especialmente com coisas ou estímulos sem relevância;
  • tem sintomas de ansiedade;
  • mostra um excesso de afetividade, que ultrapassa o respeito à intimidade do outro;
  • é indiscreta; e
  • se mostra agressiva quando não consegue algo que deseja.

Qual é a “trilha” para identificar as questões delicadas que podem estar por trás?

O Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil (PENSI) cita em seu site um estudo da Academia Americana de Pediatria, que traz referências interessantes e pode ser utilizado pelos pais para avaliar o comportamento dos filhos. A seguir, compilamos as principais informações.

Anos pré-escolares e primeira infância

Os primeiros anos escolares são marcados por características como: bastante energia para brincar e correr, às vezes as crianças sequer param para descansar. Também é comum que façam perguntas constantemente, demandando atenção dos responsáveis. Essas características não sinalizam problemas.

Os responsáveis precisam redobrar a atenção caso a criança corra em excesso, se machucando com frequência e se chocando com outras. Se ela não consegue se sentar para participar de jogos ou ouvir histórias, pode ser sinal de que há algum problema.

Infância média

Na faixa etária que se inicia a partir dos oitos anos e vai até a pré-adolescência, a criança brinca de maneira ativa por longos períodos. Quando estimulada ela pode agir com impulso sem que isso sinalize um problema.

Por que os pais devem acompanhar a vida escolar dos filhos?

É necessário redobrar a atenção se a criança tem dificuldade de concluir tarefas, se intromete nos jogos e na conversa dos outros, não consegue ficar em silêncio durante as refeições, se movimenta em demasia ao assistir à televisão, faz barulho e atrapalha os demais.

Adolescência

Os adolescentes têm particularidades como: inquietude em sala de aula e a necessidade de questionar e “ir contra” os adultos. É comum que nesse período da vida eles se envolvam em muitas atividades sociais.

Os responsáveis devem se preocupar quando houver um excesso de nervosismo e impaciência. A inquietação é uma característica que precisa ser observada, especialmente durante atividades que deveriam ser tranquilas.

Independentemente da idade, em qualquer situação em que os responsáveis perceberem que a criança ou adolescente está excedendo em seus comportamentos, é válido buscar orientações com um profissional. Ele terá condições de avaliar a criança de forma técnica e identificar possíveis problemas como a hiperatividade.

Como entender traços de personalidade?

A personalidade pode ser conceituada como um conjunto de características que definem a individualidade de uma pessoa. Isso significa que personalidades são aspectos únicos que se desenvolvem junto ao ser humano.

De acordo com os teóricos do tema, a personalidade é formada no decorrer da vida, os primeiros anos são essenciais na formação de suas características. A partir dela, o indivíduo passa a ter comportamentos, atitudes, padrões cognitivos e emocionais e hábitos predominantes.

Na infância, o temperamento, o ambiente em que vive e as próprias experiências vão moldar a personalidade do pequeno. Tal processo se intensifica durante a adolescência e se estabiliza no início da fase adulta.

Os responsáveis com dificuldade de entender a personalidade da criança não sabem como lidar com certos comportamentos, por isso devem buscar orientações com um psicólogo. O profissional vai ajudá-los a entenderem o seu papel e a sua própria personalidade para, a partir daí, aprenderem a lidar melhor com a personalidade de suas crianças.

Confira três características que moldam a personalidade de um ser.

Temperamento

Desde bebê já é possível identificar os traços de temperamento das crianças. Enquanto algumas são mais curiosas, outras se irritam com facilidade, e há aquelas que sorriem o tempo inteiro. Geralmente as crianças retraídas têm mais facilidade de compreender os sentimentos dos outros, enquanto os extrovertidos podem ser mais egoístas. Todos os temperamentos apresentam um lado positivo e um negativo.

Ambiente

Embora a criança já nasça com um temperamento, existem formas de moldá-lo, e o ambiente é o primeiro que vai impactar o desenvolvimento da pessoa. Os valores construídos pela família, os vínculos e a socialização são aspectos importantes para a formação da personalidade. As crianças também precisam ser expostas às fragilidades e “ao lado ruim das coisas”, pois isso é o que vai prepará-las para enfrentar os desafios e dificuldades da vida.

Experiências

As experiências (positivas e negativas) passadas pela criança são determinantes na consolidação da sua personalidade. A partir das vivências as crianças vão aprender a reagir diante de situações agradáveis e desagradáveis. Todas as experiências ajudam na formação da personalidade, por isso os responsáveis devem estar atentos a elas para auxiliar, orientar e acolher a criança da melhor maneira possível.

Como dar espaço para a autenticidade da criança?

Os responsáveis devem saber como lidar com os seus filhos, conhecendo a personalidade e impondo os limites necessários para uma educação que os prepare para lidar com os desafios do mundo.

É imprescindível dar espaço para que os pequenos exercitem sua criatividade, reconhecendo a importância de brincar e oferecendo as ferramentas necessárias para o pleno desenvolvimento intelectual, social e mental da criança.

Criar uma rotina e oferecer os estímulos necessários para que a criança expresse os seus sentimentos e vontades é uma prática que deve ser considerada pelos responsáveis.

Como os pais podem lidar com isso?

Os responsáveis precisam ajudar no desenvolvimento da inteligência emocional das crianças. Eles ainda devem pensar nas próprias habilidades emocionais e na maneira como encaram a educação das crianças. Afinal de contas, os pais precisam estar no controle emocional para saber como lidar com crianças agitadas.

Muitos responsáveis se sentem culpados por ter uma criança bastante agitada ou que “não se comporta bem”. Nesse caso, é interessante buscar o suporte da escola e, eventualmente, de psicólogos e psicopedagogos.

Com uma equipe multidisciplinar e os estímulos corretos, a criança pode se desenvolver de forma saudável e aproveitar tudo o que há de bom durante a infância.

Gostou de saber mais sobre como lidar com uma criança agitada? Aproveite para conferir 3 boas práticas de ensino para crianças hiperativas.

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