Pais que sofrem com crianças sem limites é algo comum de se encontrar em nossa sociedade. Mesmo aqueles que já tiveram experiência com outros filhos podem ter esse tipo de problema e, simplesmente, não saber como lidar com ele.
O papel da escola é continuar o trabalho feito dentro de casa. Ou seja, limitar as ações exageradas dessas crianças a fim de fazer com que elas se mantenham respeitosas durante o período de aula. Contudo, essa é uma tarefa realizada em conjunto, e a família tem um papel importantíssimo nela.
Pensando nisso, resolvemos elaborar este conteúdo. Nele, mostraremos como os responsáveis podem agir no caso de crianças sem limites. Acompanhe!
Criança sem limite ou apenas criança?
Um dos grandes dilemas dos pais ou responsáveis atualmente é conseguir entender e diferenciar uma criança sem limites ou, simplesmente, uma criança. Pode parecer estranho, mas é algo que podemos entender com facilidade. Isso porque os pequenos são desbravadores, curiosos, destemidos e sedentos por novos aprendizados e experiências.
Nesse sentido, alguma de suas atitudes, de fato, podem ser entendidas como algo exagerado e classificar uma criança como sem limites. Logo, os pais devem ter a sensibilidade de separar as duas coisas, agindo no momento certo, ou seja, quando percebem que estão perdendo o controle sobre seus filhos.
Aqui, é sempre importante avaliar quais benefícios um determinado limite traz para o desenvolvimento da criança. e ponderar se ele não foi estabelecido simplesmente para facilitar a sua vida enquanto pai, mãe ou responsável.
Além disso, existem formas de impor esses limites sem invadir o espaço natural de uma criança nem impedir o seu desenvolvimento.
Muitos desses problemas ocorrem devido ao estilo de vida que as pessoas estão seguindo atualmente. A carga de trabalho exagerada faz com que muitos pais fiquem ausentes durante um longo período de tempo, dificultando o acompanhamento do(s) filho(s). Outros fazem muito uso da tecnologia, especialmente no momento que poderia ser dedicado à conversa e a criação de limites para a criança.
Isso significa que deixar a criança no celular para ter alguns momentos de tranquilidade não é nem de longe a medida correta a se tomar. Os pais precisam estar 100% presentes com a criança ao estabelecer limites. Inclusive, com o tempo, os pequenos começam a entender que são amados e valorizados pelos seus responsáveis, facilitando esse processo de imposição de limites.
O foco desse trabalho é muito simples: mostrar para o seu filho o que é certo e o que não é, proporcionando a ele o desenvolvimento do autocontrole e da disciplina.
Qual é a importância de impor limites às crianças?
Os limites fazem parte do processo de amadurecimento das crianças. Elas podem até não gostar muito no início, mas, com o tempo, passarão a se sentir mais seguras e protegidas.
Essa definição de limites vai muito além da preocupação com o bem-estar da criança. Ela também interfere diretamente no processo de aprendizagem. Crianças que não entendem esses pontos limítrofes têm dificuldade no desenvolvimento na escola. Isso porque, durante os momentos que deveriam estar focadas em determinadas atividades, elas começam a se dedicar a outras.
Não entendem que naquele instante existe a autoridade do professor na sala de aula para ajudar a enriquecer seus conhecimentos. Por outro lado, crianças que sabem seus limites percebem a importância de focar sua atenção na aula, o que contribuirá diretamente para seu aprendizado.
Como estabelecer limites para os pequenos?
Um dos principais desafios quando se fala em estabelecer limites é o medo dos pais de se tornarem ditadores ou limitarem o aprendizado natural dos pequenos, causando impactos sobre a saúde mental da criança.
De fato, tentar impor limites de maneira desordenada pode causar prejuízos sérios no desenvolvimento de uma pessoa. Mas existem formas mais coerentes e seguras de se fazer isso, e nós mostraremos nos próximos tópicos. Continue lendo!
Seja firme e gentil
Inicialmente, é importante que você seja firme, mas evite ser autoritário. É perfeitamente possível estabelecer limites de modo tranquilo e gentil. O primeiro ponto que deve ser trabalhado é a sua voz. Tente ser menos ameaçador, contudo demonstrando à criança a firmeza no que diz.
Estabelecer limites como uma forma de punição pode gerar o efeito contrário na mente da criança. Ao afirmar que ela não pode fazer tal coisa, você cria na mente dela o desejo de executar a ação.
Nesse caso, o ideal é estabelecer os limites e mostrar com calma e paciência as consequências que ela pode sofrer ao não seguir a orientação dos pais.
Incentive o diálogo
Os limites na educação das crianças devem ser colocados com base no diálogo. Essa atitude tem relação com a dica que mencionamos anteriormente e vai em total desencontro à ideia de que algumas palmadas podem ser eficientes na hora de educar.
Acredite, o caminho da conversa com firmeza e, ao mesmo tempo, gentileza é mais educativo que qualquer outra estratégia. Obviamente, nem sempre é fácil dar uma ordem dessa forma. Mas é fundamental desenvolver essas habilidades internamente e estudar sobre formas de estabelecer limites com autoridade, mas simultaneamente sem ser autoritário.
Não ameace
Outro ponto importante a ser destacado é evitar ameaçar a criança. Ao demonstrar a ela os efeitos de seu comportamento, você não pode passar uma mensagem de que ela estará em algum tipo de risco. Ou seja, ao estabelecer limites não gere medo na criança, esse não é o foco.
Ameaçar na hora de impor limites pode fazer com que o pequeno cresça com várias limitações em sua mente. Quando chegar à vida adulta, terá medo de se arriscar em sua vida profissional e pode perder muitas oportunidades que poderiam ser interessantes para ela.
Não ofereça recompensas
Ainda é importante evitar oferecer recompensas para as crianças, quando fizerem certos comportamentos adequados. As conhecidas Geração Z e Geração Alpha são muito espertas e agem com frequência com o objetivo de obter algum prazer instantâneo.
Isso significa que a criança seguirá os limites estabelecidos apenas para receber a recompensa, e não por entender que aquela atitude é a correta. Portanto, jamais vincule determinada ação a algum tipo de presente caso ela seja cumprida. A atitude do pequeno deve ser intrínseca, e não ligada a recompensas.
Combine comportamentos
Combinar comportamentos pode funcionar muito bem para a maioria das crianças. Nesse caso, a ideia é colocar limites na educação, firmando uma espécie de parceria frente a algum evento importante, de modo que a criança deve atingir um objetivo estipulado.
Mas tenha atenção — o fato de combinar comportamentos não significa oferecer recompensas à criança caso ela cumpra o que foi estabelecido. O objetivo nesse caso é criar uma relação de confiança entre o pequeno e seus pais.
Por exemplo, imagine que a família vá a uma festa. Antes de sair de casa, os pais podem combinar com as crianças que certas ações não serão aceitas, mas sem ameaças nem oferta de recompensas.
Os combinados ajudam as crianças a entenderem os limites estabelecidos. Dessa forma, evitam a ansiedade desnecessária e podem contribuir para o anulamento de atitudes que poderiam ser ruins para eles.
Não volte atrás
A criança precisa enxergar certa firmeza e congruência em todas as suas ações. Por isso, ao tomar uma decisão não volte atrás. Fazer isso, passará uma mensagem de que sua palavra é fraca e a qualquer momento você pode liberar o pequeno de algum tipo de restrição que foi imposta.
As regras de limite estabelecidas pelos pais devem ser entendidas como leis imutáveis para os pequenos. Desse modo, eles perceberão o quão firme são suas ações e pensarão muito antes de executar alguma que extrapole os limites determinados.
Aqui, vale um alerta: quando dizemos não volte atrás, estamos nos referindo a combinados. Porém, se você perceber que agiu de maneira errada com seu filho, não há problema algum em pedir desculpas e se retratar pelo ocorrido, reconhecendo o erro, ok?
Estabeleça regras
Por fim, é fundamental que você defina as regras que os pequenos devem seguir em casa, na escola ou em qualquer outro ambiente. Tais determinações são a base dos limites para as crianças e precisam ter certas congruências nas mais diversas situações.
Por exemplo, imagine que os pais estabeleceram o limite de não pegar brinquedos de outras crianças sem a autorização delas. Essa regra deve valer para todos os ambientes que o pequeno frequenta. Tanto dentro de casa, na escola, parquinho ou casa de coleguinhas.
Como uma boa escola pode ajudar nesse processo?
É importante entender que a escola tem um papel fundamental no desenvolvimento de limites para as crianças. Ela deve continuar o trabalho efetuado em casa e estabelecer novas regras de comportamentos e limites, que o aluno tem de seguir no ambiente escolar.
Desse modo, é possível gerar um lugar com regras que vão forjar o caráter dos pequenos, contudo, sem limitar todo o desejo de desbravamento e curiosidade inerente em todas as crianças.
Por fim, podemos concluir que o trabalho de atuar com crianças sem limites deve ser realizado com os pais e a escola. Dessa maneira, as duas frentes vão atuar para transformar o caráter do indivíduo preparando-o para a vida em sociedade.
Outros aspectos são muito importantes para uma criança crescer saudável. Você sabe, por exemplo, como cuidar da saúde mental infantil? Confira estas orientações.