A metodologia de ensino sociointeracionista foi desenvolvida por Lev Vygotsky, um psicólogo que focou nas experiências individuais e coletivas para determinar um meio ideal de construir o conhecimento, a personalidade e a socialização das crianças de forma motivadora e saudável. É a ideia de que o aprendizado é uma conquista conjunta.
Nesse modelo, as particularidades de cada aluno se tornam especiais e as habilidades são desenvolvidas de modo a superar as suas principais dificuldades. O método é tão interessante e benéfico que vale a pena você se inteirar mais sobre ele. Vamos lá?
O que é o sociointeracionismo e é qual a sua importância?
Antes de qualquer coisa, é fundamental saber que a metodologia de ensino sociointeracionista é uma proposta educativa que coloca o indivíduo como protagonista da sua aprendizagem. Isso significa que ele aprende não apenas pela exposição de temas, mas, principalmente, pela sua interação com o meio e com as outras pessoas.
Seus valores, vivências, ideias e até curiosidades servem como um propulsor do conhecimento. Assim, a interação tem um papel fundamental de promover novos questionamentos, experiências e explicações dentro e fora da sala de aula.
Isso é o que garante que o conhecimento obtido a partir do sociointeracionismo esteja diretamente relacionado com a vida cotidiana das crianças. É assim que assuntos como educação financeira, inteligência emocional e até espiritualidade sejam abordados com tanta naturalidade quanto química ou biologia.
Além disso, é crucial mencionar que todo esse processo educativo tem como foco desenvolver as habilidades natas de cada um e fortalecer as suas principais fraquezas. De acordo com tal metodologia, uma criança que tem seus interesses e questionamentos respeitados se tornará um adulto mais seguro e capaz de resolver problemas.
Como funciona a metodologia de ensino sociointeracionista?
A metodologia de ensino sociointeracionista pode acompanhar o desenvolvimento de um indivíduo desde as suas primeiras interações com o meio e outras pessoas, lá na fase do berçário, por exemplo. Nesse espaço e etapa, os bebês são estimulados com atividades de coordenação motora que estimulam o seu desenvolvimento natural, além de incentivos à fala e outros exercícios.
Mas não existe uma regra que se aplique a todos os bebês. Cada um deles vai ter seu tempo e habilidades respeitadas, avançando à medida que melhoram em cada desafio, como o da alimentação mais autônoma ou mesmo a capacidade de caminhar.
Já na educação infantil e até mesmo no ensino fundamental, as descobertas da criança ganham um espaço de destaque. Suas vivências podem ser usadas para criar uma relação com conceitos teóricos, de maneira muito mais dinâmica e atrativa.
Quando as crianças começam a descobrir o mundo à sua volta, incluindo a própria biologia, a física e a sociologia, elas passam a ter mais curiosidade e dúvidas. Tais questionamentos podem ser levados para a sala de aula, fomentando o conhecimento e desenvolvimento de toda a turma.
Os jogos, os esportes e as artes também são ótimos exemplos de como o aprendizado pode ser construído na prática, e não apenas na teoria. Vivenciar uma informação no mundo real pode ser um ótimo estímulo para que os pequenos se interessem pelos assuntos.
Dessa maneira, eles têm a oportunidade de associar o aprendizado sistemático a momentos lúdicos, memorizando muito mais os conteúdos e internalizando os conhecimentos de forma mais natural. Um exemplo disso é ensinar por meio de jogos, assim, eles simulam situações cotidianas e ainda ajudam a tornar o aprendizado mais agradável.
Quais os benefícios desse método de ensino?
Esse método de ensino beneficia as crianças de muitas maneiras diferentes. Por isso, a seguir separamos os principais pontos de melhoria proporcionados pelo ensino sociointeracionista para que você os conheça melhor. Olha só!
Aprendizagem centrada no aluno
É importante dizer que o professor desempenha um dos papéis centrais na educação e ensino sociointeracionista. Isso porque é ele quem promove o avanço dos seus alunos dentro do projeto pedagógico, mantendo-se atento às habilidades natas de cada um e, principalmente, explorando a zona de desenvolvimento deles.
Logo, não se trata de um modelo de ensino engessado ou com um script que pode ser seguido igualitariamente para todos os estudantes. Cada um deles deve ser observado atentamente, se tornando o ponto central do seu próprio processo de aprendizagem. Por isso, na metodologia de ensino sociointeracionista, o professor e o estudante trabalham juntos na construção do conhecimento.
Dessa maneira, cada criança tem a oportunidade de avançar à medida que vivencia novas experiências. Ao mesmo tempo, pode aprimorar as próprias habilidades observando o progresso das outras pessoas que estão no mesmo meio, como os colegas, os próprios professores e os familiares, por exemplo.
Igualdade entre os estudantes
Na proposta sociointeracionista, o conhecimento é produzido por meio da interação de um sujeito com o meio. Toda experiência pode resultar em um aprendizado de valor, o que faz com que os estudantes sejam tratados de forma igual, afinal, cada um deles pode produzir aprendizado para si e para os demais.
Quando um aluno aprende uma nova lição, esse aprendizado não vale apenas para ele, mas também para toda a turma. Assim, as crianças são estimuladas a interagir e participar com os outros estudantes. Por estarem inseridas em um meio com outras pessoas, isso contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico, da cultura e da linguagem.
Questões cotidianas podem ser levantadas em sala de aula e toda dúvida, opinião ou contribuição deve ser bem-vinda. Essa é uma maneira de demonstrar que mesmo as dificuldades de aprendizado podem servir como alavanca para ajudar os estudantes a superarem desafios, por exemplo.
Interatividade com o meio
Cada aluno possui uma bagagem histórica, seus aprendizados empíricos e as vivências que carrega do próprio ambiente familiar. Na abordagem sociointeracionista, essa criança é estimulada a interagir e compartilhar suas experiências, manifestando aprendizados no meio social da sala de aula.
Isso promove mais interação social, respeito aos valores de cada um e a aquisição de conhecimento pelos alunos. Com isso, a educação deixa de ser apenas um compartilhamento de conteúdos para ser uma experiência de aprendizagem, com interações reais, construções ricas de pontos de vista e o alcance do potencial de cada estudante.
É desse modo que a aula deixa de ser apenas uma exposição, para se tornar um objeto de observação, exploração e experimentação. Assim, o conhecimento se transforma em algo palpável e pode ser levado para além da escola.
Disciplina em relação ao autodesenvolvimento
Dentro de um ambiente onde o professor não é o detentor do conhecimento, e sim um promotor de experiências e facilitador de ensino, é fundamental que a história de cada estudante tenha o devido espaço na sala de aula e na escola. Para tanto, é fundamental que sejam construídas relações de respeito e disciplina.
A curiosidade, as brincadeiras e as interações são fundamentais nesse modelo de ensino. No entanto, para que isso funcione de maneira construtiva e organizada, cada estudante deve se responsabilizar pela sua própria disciplina, que pode até ser conduzida pelo professor, mas que é dever individual de cada um.
É interessante trabalhar a ideia de que o conhecimento pode até nascer na escola, mas que ele deve ser levado para fora dela, em todas as relações. Quando uma criança acompanha seus pais no supermercado, por exemplo, ela pode ver as lições de educação financeira acontecendo na prática. E, quando receber a mesada, a missão de aplicar os conhecimentos passa a ser inteiramente dela.
Vivência dos conhecimentos na prática
De certa forma, estamos habituados a um sistema de ensino que funciona como uma espécie de depósito de informações. O aluno vai até a escola, assiste a um monólogo do professor e toma nota de uma porção de coisas. Depois, tenta decorar ou mentalizar a maior parte delas para ser submetido a uma avaliação padronizada e quase mecânica da sua capacidade de memorização.
O resultado disso é que, ao final de um ano letivo, o estudante sequer se lembra da maior parte dos conhecimentos abordados ao longo daquele período. Em outras palavras, os conteúdos sequer foram relevantes o suficiente para terem sido absorvidos de fato pelos alunos.
No ensino sociointeracionista a realidade é bem diferente. O aluno interage com os assuntos de modo prático, debate, exercita, troca informações com os colegas, investiga, questiona e constrói essa memorização não apenas pela teoria, mas pelo impacto real que ele experimenta.
Dessa forma, fica muito mais fácil se lembrar de algo falado em sala de aula, pois existe uma vivência que ajuda a gravar aquele conhecimento. É muito diferente ouvir alguém explicar sobre o que acontecerá se você colocar sua mão no fogo, e realmente colocá-la, não é mesmo?
Convivência com as outras pessoas
Além das vivências dos conhecimentos teóricos na prática, há outro fator determinante no ensino sociointeracionista — a convivência entre alunos. Uma sala de aula é composta por seres humanos com histórias de vida que divergem muito entre si. Cada criança recebe uma educação, vive uma realidade familiar e tem valores distintos.
Ao reunir tantas histórias diferentes, há um desafio enorme a ser superado: as diferenças. Mas, ao mesmo tempo em que podem ser complicadas, essas diferenças também podem ser uma riquíssima fonte de desenvolvimento e evolução para os pequenos.
É com elas que eles conseguem aprender sobre respeito, cooperação, compreensão, paciência, empatia e todo tipo de habilidade social que será necessária na sua juventude e vida adulta. Essa é uma dinâmica crucial para que as crianças aprendam a desenvolver sua capacidade de estabelecer relacionamentos interpessoais saudáveis e a fazer disso algo construtivo.
Quais são os principais diferenciais da metodologia de ensino sociointeracionista?
O ser humano é um ser social, o que significa que as interações com outras pessoas são fundamentais para o pleno desenvolvimento e exercício das suas habilidades. No entanto, os sistemas de ensino convencionais podem ser um tanto quanto precários em relação a isso, já que negligenciam os aspectos do comportamento dentro do processo de educação.
De uma maneira mais simples, estamos habituados com escolas que ensinam português, matemática e ciências, mas não com o ensino voltado para:
- a inteligência emocional;
- as relações interpessoais;
- o autoconhecimento.
É muito importante voltar o olhar das escolas e dos professores para os aspectos mais humanos dos estudantes, sua capacidade de trabalhar em conjunto, de cocriar soluções, de compartilhar informações e, principalmente, de aprender com a experiência coletiva.
Com os avanços tecnológicos e a inteligência artificial, por exemplo, podemos falar de um futuro em que as máquinas conseguirão reproduzir conhecimento com facilidade. Nesse sentido, não precisamos condicionar nossas crianças a essa mesma função.
Em vez disso, devemos aprimorar cada vez mais as habilidades exclusivamente humanas, valorizando os aspectos sociais e emocionais delas. É com esse conhecimento e com essas capacidades que elas se tornarão adultos responsáveis, éticos e criativos.
É pensando nisso que a Santa Mônica prioriza uma educação humanizada baseada no modelo sociointeracionista, criando as condições ideais para formar cidadãos com habilidades sociais bem-desenvolvidas.
Conheça melhor alguns dos nossos objetivos!
Construção de significados e pensamento crítico
Nós organizamos os grupos de alunos proporcionando um tratamento diversificado, tanto dos objetivos quanto dos conteúdos das aulas. Também priorizamos uma seleção didática que favorece a cooperação, a indagação, o levantamento de hipóteses e a pesquisa, resultando em um pensamento crítico por parte dos alunos.
Aprendizagem contextualizada
A Santa Mônica ainda acredita que contextualizar o aluno nos seus grupos sociais e culturais é fundamental para uma aprendizagem significativa. Isso é o que dá a oportunidade de inserir esse estudante como um agente transformador da sua realidade.
Aprendizado sustentável
Nós promovemos uma filosofia educacional focada em fazer com que o aluno seja capaz de aprender por si mesmo, a partir das suas próprias vivências e durante toda a sua vida, não apenas no período escolar. Por isso, ajudamos a construir um aprendizado sustentável e duradouro, estimulando aprendizes proativos, críticos, pensantes e colaborativos.
Metodologia dinâmica
Proporcionamos uma série de alternativas quando se trata de metodologia de ensino. Por isso, acreditamos que a dinamização da educação é a chave para despertar o interesse dos estudantes, principalmente quando é feita por meio de:
- aulas expositivas;
- projetos pedagógicos;
- aprendizagem em equipe;
- tecnologia da informação e educacional;
- desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais.
O conhecimento é uma construção conjunta, por isso, não pode estar centralizado no professor nem na escola. O sistema educacional tem o dever e a obrigação de preparar cidadãos capazes de continuar construindo o seu desenvolvimento ao longo de toda a sua vida.
Para isso, é fundamental conquistar uma educação que prove que o conhecimento está disponível em todo lugar, em todas as interações, sejam elas com o meio onde o indivíduo está inserido, sejam com outras pessoas dotadas das próprias experiências e valores.
Gostou do que viu por aqui sobre metodologia de ensino sociointeracionista? Então, converse com a gente e saiba ainda mais sobre o assunto!